Confira como foi minha visita ao Vaticano. Conheça melhor os detalhes, a arquitetura, algumas curiosidades e as obras deste lugar tão especial na história da humanidade.
Em 2012, fiz uma viagem para Itália para visitar uma amiga que estava morando em Milão. Fiquei durante 2 semanas na cidade e conheci alguns outros lugares incríveis da Itália e da Europa como: Veneza; Roma; Lugano (na Suíça) e o Vaticano.
Escolhi o menor país do mundo, o Vaticano, para ser o tema de hoje.
Para quem não conhece muito bem o Vaticano, vou ser breve em algumas informações que são fundamentais para conhecer esse pequeno país (mas que é imenso ao mesmo tempo).
Hoje são 900 pessoas (membros da igreja ou funcionários do clero) que moram no país de 0,44km². Ele depende de doações de fiéis católicos e da renda do turismo.
O Vaticano foi fundado através do Tratado de Latrão em 1929, um acordo assinado entre a Itália e Santa Sé (Mussolini e o Cardeal Pietro Gasparri), onde o país passava a ter autonomia total.
Governado pelo Papa, o país possui todos os serviços que há em um Estado.
Isto inclui a sua própria moeda, sistema telefônico, estação de rádio, correio, central telegráfica, batalhão de guardas suíços para a proteção do Papa (desde 1506), farmácias, o jornal L’Osservatore Romano, rede ferroviária que se conecta com a ferrovia italiana, etc.
Já o abastecimento de água, eletricidade, comida e gás são importados da Itália.
O Vaticano é composto pela Praça de São Pedro (Piazza di San Pietro), a Basílica de São Pedro (Basilica di San Pietro), os Museus Vaticanos e outras construções na parte de trás da Basílica como: as moradias dos cardeais; a sede da rádio; inúmeros jardins; pinacoteca entre outros.
Apesar da basílica ser Renascentista, a Praça de São Pedro, projetada por Bernini, é de uma arquitetura barroca (estilo da Contra Reforma Católica, a qual tinha missão de ganhar novos fiéis para a igreja).
Quando passei entre as 284 colunas colossais (de 28m de altura cada) e entrei no Vaticano, vi aquela enorme praça ovaloide (com 200m de extensão) que nos abraçava e direcionava nossos olhares para a fabulosa Basílica de São Pedro.
No centro da praça, há um obelisco da época do Império Romano. Tudo é muito grandioso, uma sensação única e inexplicável. Exatamente como vemos nos filmes.
Aliás, um filme que mostra bem o Vaticano é “Anjos e Demônios”, adaptado do livro de Dan Brown. Foi nesse filme que tive uma breve noção de como era o Vaticano antes de visitá-lo. Vale a pena assistir!
Inicialmente, a Basílica de São Pedro foi projetada pelo arquiteto e pintor renascentista Donato Bramante em 1503, onde a planta era em formato de cruz grega, de uma só nave e coberta por uma cúpula.
Antes que a Basílica pudesse ser construída, Bramante faleceu em 1514 e seu projeto foi modificado. Outros projetos foram propostos por uma série de artistas, mas nenhum foi executado. Entre os esses projetos estavam artistas como: Fra Giovanni Giocondo; Giuliano da Sangallo; Rafael; Antonio da Sangallo; Baldassare Peruzzi e Andrea Sansovino.
Depois de um tempo, o trabalho na Basílica foi assumido pelo maior rival de Bramante, Michelangelo.
A Basílica resgata a estética da cultura greco-romana (com elementos do classicismo), onde era constituída por abóbodas de berço, cúpulas, frontões nas portas e janelas, arcos de voltas perfeitas, pilares e colunas com capitéis clássicos (dóricos, jônicos ou coríntios).
Por ser uma construção renascentista, é um projeto voltado ao antropocentrismo, ou seja, a valorização das capacidades artísticas e intelectuais dos seres humanos, a valorização da ciência e da razão. Ela se utiliza de relações matemáticas, simetria absoluta, ponto de fuga, ritmo e humanismo (conjunto de princípios que valorizam as ações humanas e valores morais).
Na proposta de Michelangelo, a nave central alonga-se e nas capelas laterais surgem pequenas capelas. A planta evolui de basilical em cruz latina (proposta dos outros artistas) para plantas quadradas em cruz centrada (proposta por Michelangelo).
Sua cúpula na forma hemisférica foi projetada com duas camadas estruturais, apoiadas por 4 grandes pilares reforçados.
Ao entrar na Basílica, meus olhos se perderam. Não sabia para onde olhar!
Eram inúmeras obras de arte, esculturas, colunas colossais, pinturas e mosaicos com muita cor, muito ouro, muita grandiosidade e preciosidade.
As obras mais marcantes para mim foram: a famosa Pietà, também de Michelangelo, a cúpula vista do seu interior e o Baldaquino da Catedral de Bernini.
Este último é um altar papal construído por Bernini entre 1624 e 1633, acima do túmulo de São Pedro. É sustentado por 4 colunas, nomeadas salomônicas, com quase 30m de altura. Essas colunas são em espirais de bronze dourado, o que faz ser totalmente barroca por passar essa sensação de movimento, uma das principais características do estilo.
Infelizmente, quando fui ao Vaticano, a famosa Capela Sistina de Michelangelo estava fechada para uma missa e não pude entrar para conhecê-la.
Fiquei em Roma apenas um final de semana e paguei 60 euros para me hospedar em um hostel chamado B&B The Colours Of Rome, com um café da manhã maravilhoso incluso (ao invés de potinho individual de manteiga, eles davam um potinho de Nutella, era incrível).
Na varanda do meu quarto, conseguia ver a maravilhosa cúpula do Vaticano. Simplesmente incrível… Cena de filme!
Ao mesmo tempo em que essa visita me chocou positivamente com sua beleza e muita história, em relação à sua arquitetura e suas obras de arte, fiquei um pouco chocada com a grandiosidade do país católico e a quantidade de ouro, raridade e o valor de tudo aquilo.
Confesso que saí de lá muito pensativa, mas nem um pouco arrependida de ter conhecido uma arquitetura tão fabulosa e especial como a do Vaticano.
Então, se algum de vocês tiverem oportunidade, não perca tempo, vale muito a pena!
Beijos,
Roberta de Camillo
Instagram: @robertadecamillo
E-mail: roberta.m.camillo@gmail.com